domingo, 4 de novembro de 2012


"Autismo, uma doença com alguma vantagens"

Dr. Laurent Mottron, professor de psiquiatria da Universidade de Montreal, no Canadá afirma que os profissionais de saúde precisam parar de ver as características dos autistas como “defeitos”, porque, assim, não compreendem o problema.
Ele  refere que, em algumas situações, as pessoas com autismo têm vantagens sobre as pessoas comuns. O professor argumenta: “Os dados recentes e minha própria experiência pessoal sugerem que é hora de começar a pensar no autismo como uma vantagem, em certos aspectos, e não como uma cruz para carregar ou um defeito para corrigir”.
Um exemplo, é quando os pesquisadores percebem que a ativação em certas regiões do cérebro dos indivíduos com autismo é diferente do cérebro de pessoas comuns, estas  diferenças são classificadas como déficits, ao invés de simplesmente evidências, às vezes bem sucedidas, de organização do cérebro. A ideia do Dr. Laurent Mottron não é minimizar os desafios do autismo. “Um em cada 10 autistas não consegue falar, 9 em cada 10 não têm emprego regular e 4 em cada 5 adultos autistas ainda são dependentes de seus pais”, lembra ele.
Autistas podem fazer contribuições significativas para a sociedade quando inseridas no ambiente certo. O das contexto da pesquisas é um deles. Vários autistas trabalham no laboratório de Mottron, e uma delas em particular, Michelle Dawson, já fez grandes contribuições para a compreensão da doença através do seu trabalho e discernimento. Pessoas autistas têm, frequentemente, memórias excepcionais e podem lembrar-se de informações que leram semanas atrás.
Esta população é também menos propensa a lembrar erroneamente de algo, o que é excelente num laboratório de ciência. Michelle, por exemplo, pode recordar instantaneamente os métodos usados para estudar a percepção do autismo quando precisa.
Uma pesquisa recente mostrou que, as pessoas com autismo muitas vezes superam os outros em tarefas auditivas e visuais, e também são melhores em testes de inteligência não verbais. Em um estudo realizado por Mottron, com um teste que envolveu completar um padrão visual, pessoas com autismo terminaram 40% mais rápido do que aquelas sem a condição.
A deficiência intelectual é super-estimada nas pessoas com autismo, porque os pesquisadores por vezes utilizam testes inadequados. Elas são na verdade muito inteligentes. Compreender os pontos fortes do problema é importante para dar apoio àqueles com a doença. Qualquer intervenção deve visar os déficits, mas tirar vantagens sempre dos pontos fortes.

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